sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Fios



"(...) tantas e tantas vezes já fui para debaixo do chuveiro chorar um choro impossível de ser chorado. aquele que dói e a gente lava, e deixa a água correr pelo corpo, e água não lava e não lava e não lava. o desespero de notar mais uma marca na gente, dessas que não saram. ferida aberta. que insiste em doer em dias de chuva. os teus corredores me lembraram isso. os conhecimentos de sal impossíveis de arrancar de dentro. as matérias de memória gris. esses descompassos absurdos, incompreensíveis, quando tudo desanda e é hora de fim. o estreito deles sufoca. e os amarelos e marrons só confirmaram a sensação (inesquecível) de corpos que não se entendem mais.
- o pior de tudo é o percurso. como se não bastassem as cores... o caminho é longo, vê? e cheio de fios."
(V.F.S. in poche, enviado-me pela mademoiselle Lou Lou)
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