quinta-feira, 27 de novembro de 2008





but it's hard to stay mad, when there's so much beauty in the world. Sometimes I feel like I'm seeing it all at once, and it's too much, my heart fills up like a balloon that's about to burst... And then I remember to relax, and stop trying to hold on to it, and then it flows through me like rain and I can't feel anything but gratitude for every single moment of my stupid little life...


últimas palavras de Lester Burnham em American Beauty (1999).





quarta-feira, 26 de novembro de 2008




2008 parece ser o ano da extinção dos sopros nos avós.

hoje, cessou o do nonno das minhas primas.
torço para que os ventos continuem a se formar nos pais das nossas mães e que eu consiga me juntar a eles para mais um abraço no final de semana.

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sábado, 22 de novembro de 2008





essa sensação de estar morrendo em veneza, conheço bem.

(ah, essa vontade contida... será que eu agüento?!)





terça-feira, 18 de novembro de 2008




as palavras são o meu único bem.


é só o que eu tenho a ofertar ao mundo -- e o que posso levar dele.
é o meu maior tesouro. aquele que me é mais caro.
e eu sei disso desde pequena.

minha mãe ficava louca porque eu recortava e guardava os verbetes dos dicionários, das enciclopédias -- mesmo sem saber ler (e assim continuei após, até ela descobrir e me repreender). era algo que me emocionava mais que comprar figurinhas do Amar É ou do Alladin que eu gostava bastante à época e funcionava como moeda de troca na infância.

por isso me magoa muito quando as pessoas me interpretam mal ou ficam indiferentes ante o que escrevo, fazendo pouco caso.
sabe, eu não me comunico direito. tropeço nas palavras, me engasgo. eu preciso da escrita para me organizar, deixar o meu pensamento fluir.

quando eu gosto, leio.
quando estou bem, escrevo.
sem um ou outro, surto.
é fato.

(e aí não tem ansiolítico ou anestésico intravenoso que resolva -- basta voltar ao meu histórico de hospitalizações.)

2007 foi o meu pior ano. além de, praticamente, não me comunicar através da fala, não conseguia escrever também. nada. nenhuma linha. parecia que eu tinha mergulhado em mim atada a uma corrente de ferro... daquelas, com uma esfera na ponta. e eu só caía. nada de chegar ao fundo do oceano, tão pouco de emergir.

mas, agora, estou aqui.
cada um desses traços, desses pontos, dessas coisas repletas de sentidos me levam de volta ao lugar de onde vim, ao mesmo tempo que me guiam para onde quero chegar.

é só isso:
as palavras são o meu presente!




P.S.: há expressão mais bonita que "te dou a minha palavra"?

P.S.2: seu cretino!




quinta-feira, 13 de novembro de 2008





passeando pelo concreto cem cintos


sim.
sim___to
sim___tonia [as]
sim___co
..m___ti [go]
sim.

sim.

[sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim. sim.]





quarta-feira, 12 de novembro de 2008




Faust I - Faust und Gretchen

Die Gretchenfrage


GRETCHEN: ... Glaubst du an Gott?

FAUST: Mein Liebchen, wer darf sagen:
Ich glaub an Gott!
Magst Priester oder Weise fragen,
Und ihre Antwort scheint nur Spott
Über den Frager zu sein.

GRETCHEN: So glaubst du nicht?

FAUST: Mißhör mich nicht, du holdes Angesicht!
Wer darf ihn nennen
Und wer bekennen:
Ich glaub' ihn.
Wer empfinden
Und sich überwinden
Zu sagen: ich glaub ihn nicht!
Der Allumfasser,
Der Allerhalter,
Faßt und erhält er nicht
Dich, mich, sich selbst?
Wölbt sich der Himmel nicht dadroben?
Liegt die Erde nicht hierunten fest?
Und steigen freundlich blickend
Ewige Sterne nicht herauf?
Schau ich nicht Aug in Auge dir,
Und drängt nicht alles
Nach Haupt und Herzen dir
Und webt in ewigem Geheimnis
Unsichtbar-sichtbar neben dir?
Erfüll davon dein Herz, so groß es ist,
Und wenn du ganz in dem Gefühle selig bist,
Nenn es dann, wie du willst:
Nenns Glück! Herz! Liebe! Gott!
Ich habe keinen Namen
Dafür! Gefühl ist alles;
Name ist Schall und Rauch,
Umnebelnd Himmelsglut.

GRETCHEN: Das ist alles recht schön und gut;
Ungefähr sagt das der Pfarrer auch,
Nur mit ein bißchen andern Worten.

FAUST: Es sagens allerorten
Alle Herzen unter dem himmlischen Tage,
Jedes in seiner Sprache:
Warum nicht ich in der meinen?


- aus Faust I, Zeilen 3426-3465









cortando o ar aos berros desde 1985.











(despertar e manter o sopro.
é só o que eu penso ao abrir os olhos.
good morning, captain!)








"(...) compreender
é compreender-se
diante do texto."







(devidas ressalvas sócio-culturais aqui... para 'gente como a gente' (ocidentais, modernos, capitalistas, urbanos, ceteris ceteris)

RICOEUR, Paul. A função hermenêutica do distanciamento. In: A interpretação e ideologia. Rio de Janeiro. Francisco Alves. s.d.



"Olá, guardador de rebanhos,
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?"

"Que é vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois.
E a ti o que te diz?"

"Muita coisa mais do que isso.
Fala-me de muitas outras coisas
De memórias e de saudades
E de coisas que nunca foram".

"Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti".

Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)





terça-feira, 11 de novembro de 2008

não é estranho um peixe morrer de sede?

for___a água transborda e inunda os cômodos,
cospe nas paredes,
lambe os espelhos.
e, aqui dentro, sede.
desertificando.
doendo os filtros.





PS: quem sofre dos nervos como eu -- e depende dos sais para não ficar rodopiando sem sair do lugar agarrada nas pás do ventilador de teto -- precisa beber água. muita água. água. água. água. ou amargar dores renais (e, vez em quando, hepáticas) terríveis.



i got soul, but i'm not a soldier. diz:
acho que por culpa tua voltei a ter vontade de escrever
i got soul, but i'm not a soldier. diz:
tua e da natália






segunda-feira, 10 de novembro de 2008




7. e quando cansamos de tudo. Quando cansamos de tudo foi que conseguimos que os pássaros voassem. À noite anterior encontramos a fórmula do vôo, e era banal, e cada um ensinou ao outro que a altura não é altura, que um homem que prende pássaros não sabe vê-los: soltamos as aves de verdade, prendemos as de arame. Abríamos cada gaiola, abrindo, no mesmo abrir, a porta de nossas casas. Pássaros foram saindo, fazendo o bonito barulho das penas. A alguns, necessário era a ajuda de nossas mãos para que acreditassem que estavam mesmo livres. Muitos pássaros haviam morrido e, mesmo aqueles que estavam secos, pareciam, pois, mais livres que nós. Vontade de morrer, aquela vontade nova que começávamos a sentir. Como nuvem carregada, eles foram enchendo o pavilhão. "Se chover pássaro, eu quero tomar banho pra me sentir livre", alguém teria falado, ou todos nós, ao mesmo tempo (...)".

A.M.










u
n
i
ver
soul

travelling

on each____other.





sábado, 8 de novembro de 2008




vento encanado

com o desempenho.
"suposições" ao invés de "proposições" surgiram no meu texto (aproximadamente) cinco vezes sem que me desse conta esta noite. só agora, horas depois, percebi. além disso, como de costume, cheguei um tanto eufórica da cadeira de pesquisa e estou avançando madrugada adentro estudando. até desmaiar em cima da literatura -- estou deveras chateada por ter confundido os delineamentos pré-experimentais entre si (caso único sem controle XO; pré e pós-teste com um grupo; e comparação com grupo estático) uma vez que o modelo que venho utilizando é o semi-experimental. che stronzo!

mas... chega!

não vou entrar nesta ciranda.
(ou não agüentarei -- física e emocionalmente -- até o mestrado e o doutorado.)
fica aqui o compromisso.






sexta-feira, 7 de novembro de 2008






NÃO SEJA UMA TRAÇA.
esqueça os traços que traço.
deixa de mimetismo.
não sou John Malkovich.
não há portal algum.
farewell.








Armar um tabuleiro de palavras-souvenirs.
Apanhe e leve algumas palavras como souvenirs.

Faça você mesmo seu micro tabuleiro enquanto jogo lingüístico.