terça-feira, 30 de junho de 2009





li a versão em inglês da tal carta. eu faria EXATAMENTE a mesma coisa. boa sorte na FLIP!



cordialmente,
priscila.



PS: fora "conceitual" e por e-mail? mon dieu! sem dúvidas a tecnologia anda mais traiçoeira que a tubercoluse da spleen generation. ah, "o amor em tempos de msn: decifra-me ou eu te deleto" -- como diria o último colhudo do universo, Xico Sá.




domingo, 28 de junho de 2009




adição

num momento de fissura, já cheguei a digitar no google "uma coisa incrível". e também a sair alucinada pelas ruas -- pessoas, músicas e livros -- procurando por ela. mas é impossível encontrar algo que nunca se perdeu, não é? então eu a invento mais uma vez. e de novo. e de novo. ah, esse meu vício maldito: a paixão... por paixão.


(rehab, por favor, antes que eu me encante pelo ruído da geladeira.)







da minha janela


(digno de tatuagem.)




sexta-feira, 26 de junho de 2009




labirinto de caminhos

SAP: "A linguagem é um labirinto de caminhos. Tu entra de um lado e sabe onde tá; tu chega de outro lado ao mesmo lugar... e não sabe mais onde tá."

poisé.

PS: pela gafe em achar (por um bom tempo) que o loiro aí era alemón. mas, imagina... A Áustria era O lugar -- pra tudo -- no séc. XX. ai, mongas.





domingo, 21 de junho de 2009




Para quem soube ensinar.*

E pensou, ser amada era o suficiente. Foi adulada e admirada incondicionalmente. Com o tempo sentiu que isso não bastava. Então, ela decidiu que amar era o suficiente, amar por dois ou três, quem sabe. Entregou-se até a última gota de si e teve prazer em doar-se assim. Com o tempo ela sentiu que aquilo não bastava. Então ela decidiu que queria amar e ser amada. E o fez. Com o tempo ela percebeu que aquilo também não bastava. Tão triste e incrédula que estava, resolveu morrer. Jogou-se de um prédio e de forma bem dramática pousou na calçada, toda quebrada. Percebeu que aquilo não adiantava. Era uma grande besteira morrer. Então, reviveu, mas aquela dor, aquela dor não passava. Então, foi a um psiquiatra. Ele receitou comprimidos muito fortes que a faziam morrer em vida. Ela gostou daquele estado por um tempo, mas viu que aquilo não bastava. Então, ela foi a um banco. E, aplicou todo seu dinheiro em ações. Ficou rica num instante. Esbanjou como pode e quis e ainda sobravam cifras imensuráveis. Com o tempo ela viu que aquilo não bastava. Então, ela foi a uma vidente. A mulher lhe disse coisas assombrosas. Ela ouviu atentamente, deu-lhe toda a sua fortuna e matou uma galinha. Tingiu-se do sangue e esperou por sua fortuna. Nenhuma mudança ocorreu, a não ser ter ficado pobre. Viveu na rua por um tempo, roubando e usando drogas baratas para poder suportar aquela dor, aquela dor que não passava. Chegou a condições sobre-humanas, sim, sobre. E ali permaneceu desfrutando de sua sina. Com o tempo viu que aquilo não bastava. Então, ela pegou uma carona e foi viver no campo. Achou trabalho em uma estância. Não falava. Achavam que ela era muda ou louca. Ou muda e louca. Cega não era, por certo. Nem surda. Seu voto de silêncio levou-a a intrincados conceitos de vida e modo de vida. E quando abriu a boca pela primeira vez em de tantos anos, desatou a falar. Foi um tratado sobre a existência, um tratado filosófico sobre. Pediram que repetisse aos amigos e parentes dos estancieiros. Ela o fez. Pediram que repetisse mais uma vez, ela sem pestanejar, o fez. E assim muitas vezes. Com o tempo viu, aquele lero-lero não bastava. Então, ela resolveu publicar um livro. Para tanto, voltou a seu silêncio e abandono do externo e de uma só vez, escreveu tudo e como se não bastasse ainda escreveu mais um tratado. Saiu junto com o primeiro. Das coisas pequenas e simples. Quando ia engatar uma terceira obra, viu que aquilo não bastava. Então, ela foi vender os livros. Muitas pessoas compraram, muitas pessoas reproduziram as suas idéias. Um filme foi feito e ela foi convidada a participar. Com o tempo ela viu que aquilo não bastava. Então, ela comprou um telefone, mas não tinha pra quem ligar, e também, não poderia conversar com uma pessoa àquela altura da vida. Logo, ela jogou o telefone no lixo. E comprou um microfone e um amplificador. Agora sim, não precisaria falar a uma pessoa, poderia falar a ninguém e a todos os interessados, ao mesmo tempo. E falou, falou, falou tanto que sua língua secou e paralizou. E então ela voltou ao silêncio, mesmo tendo um microfone, um amplificador e uma platéia. Ficava no meio de tudo, acima de todos com a língua inútil e os olhos mansos. Assim foi por incontáveis dias. Com o passar do tempo ela percebeu que aquilo não bastava. Então ela decidiu esquecer tudo. E como quem apaga um poema feio, escrito a lápis, ela se desfez de todas as memórias que tinha. O que restou foi um grande espaço em branco. Um enorme e envolvente vácuo. Um mar de folhas contínuas, uma igual à outra. Um espaço sucedendo o outro. Ela corria para um lado e acabava no mesmo sem deixar vestígio algum e sem achar qualquer sinal de lembrança vivida ou mesmo inventada. O vazio foi ficando dolorido e aquela dor, aquela dor não passava. Com o tempo ela entendeu que aquilo não bastava. Então ela teve uma idéia. E pensou, ser amada era o suficiente.

*Texto da minha escritora favorita (talentosa e premiada -- é claro) e amiga do cuore NATÁLIA BORGES (ainerciadealice.blogspot.com). Ah, sim, meu presente de Natal.ia (sempre).




terça-feira, 16 de junho de 2009




mentendimento




dear m.,

my heart goes out to you. thank you for your drawing and thoughts. i wish I could go out looking for extraordinary hats with you.

sincerely.

yours,
p.




sábado, 13 de junho de 2009




Pra não dizer


E aí que as coisas estiveram bem, muito bem, inúmeras vezes nesse intervalo de tempo entre uma euforiagorasemespaços e outra. Ou eu quis acreditar que Sim. Não sei ao certo. Pra mim, a realidade é algo bastante complexo e (quase) insuportável –– embora eu tenha desenvolvido uma ou outra estratégia para “ir levando”. Ou melhor, a la Zeca Pagodinho, para ser levada pela vida.


Eu hesitei em escrever aqui porque eu andava feliz e, egoisticamente, não quis compartilhar isso com ninguém. Talvez, porque eu tivesse um medo infantil de, ao falar ou escrever sobre, diminuir a importância dos momentos ou o quão eles estavam significando pra mim. Assim eu havia decidido apenas vivenciá-los evitando racionalizar (demais) ou refletir-me diante do texto, (des)construindo-me enquanto sujeito – aquelas coisas, you know.


Mas a minha previsibilidade me enoja, arg! É claro que eu não consegui apenas me cercar dos fluxos dos outros. Tenho uma necessidade constante de estar sempre submergindo, querendo ir mais e mais e mais e mais pra dentro. É como se eu não agüentasse as trocas, as pressões da superfície por ser um daqueles estranhos animais abissais.


Noutro dia, o meu amigo me chamou a atenção que, sendo dessa maneira, eu estaria me tiranizando. Esse vício de buscar mais o dentro que o fora, de eterna vigilância e avaliação pra ser “moralmente melhor”. Disse também que eu vivo muito em função do meu passado, dos meus surtos e que isso me impede de ser outras coisas, de ir além. De fruir! Não que eu não frua nunca. Pelo contrário, eu até consigo, mas esteticamente – sobretudo quando eu danço (em tempo, eu acho que é uma das poucas possibilidades de se realmente fruir, de não ser nada, senão um corpo em movimento, desmitificado, como pensava Maurice Béjart).


Ah, o que eu mais quero é me tornar a minha antítese! Mas, honestamente, eu tenho muito medo disso. Tenho medo de cair numa zona de conforto, de achar que estou fruindo quando, em verdade, nunca deixei de ser sujeito; de apenas estar alheia ou negando essa condição; de me apropriar desse discurso pra lá de interessante e utilizá-lo como uma roupa de mergulho pra travestir a covardia das águas.


(373)


Eu não sei mais onde eu quero chegar com esse texto. Duvido até que consiga chegar a algum lugar. E preciso Chegar pra que, não é? Tenho certeza que alguém me provocaria com essa. Enfim. 408 palavras de uma página pra não dizer o que eu queria. Pra não dizer dizendo. Pra não falar no tempo dos nossos encontros e desencontros. Pra não dizer o que sinto falta: Pra não dizer: Desejo.



PS: a minha mãe ta aqui ao meu lado dizendo que eu não deveria “intelectualizar tanto a realidade”. Sugere que eu simplifique a vida e me atenha ao “concreto”. E, por fim, que “sedimentar” pode ser Bom – embora ele discorde (e eu ainda não saiba).


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