sábado, 19 de julho de 2008





meu amor não é perfeito

amor perfeito é nome de planta do jardim da casa da mãe. ou da música do deschamps. ou do conto do altair. ou algo que se degusta em restaurante de elite com um vinho branco caro. uma violácea dessas que não atingem a altura de uma régua escolar. de flor única. e breve. deveria se chamar amor platônico. já vi cultivarem em floreira de apartamento e não dar certo. meses esperando o broto ideal e... uma lástima. me disseram que o interessante é ir apanhando as sementes pelo caminho e ver no que é que dá - resistir àquelas mecanicamente separadas e rotuladas em saquinhos coloridos vendidas no supermercado. encher as mãos. ambas. jogar tudo na terra. observá-las despontar cada uma a seu tempo até ficarem iguais nas suas diferenças. contemplá-las. até que se arranjem em um belo buquê aristotélico.







Cotidiano?







Vídeodança do Provisório Corpo.


(o próximo espetáculo tem previsão de estréia em outubro.)




quarta-feira, 16 de julho de 2008





"Priscila, tu acha que eu sou o teu capacho?", como dizia a minha mãe.




... mas esses daqui são:




quarta-feira, 9 de julho de 2008







(...)
Et je crie
Je crie pour toi
Je crie pour moi
Je te supplie
Pour toi pour moi et pour tous ceux qui s'aiment
Et qui se sont aimés
Oui je lui crie
Pour toi pour moi et pour tous les autres
Que je ne connais pas
Reste là
Lá où tu es
Lá où tu étais autrefois
Reste là
Ne bouge pas
Ne t'en va pas
(...)



Cet amour, de Jacques Prévevert




terça-feira, 8 de julho de 2008

sexta-feira, 4 de julho de 2008

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Reminiscências, empadinhas e coca-cola


- nossa, o que é isso?! (referindo-se ao lençol sobre a mesa de jantar e a mala escancarada no meio da sala) tua casa parece uma instalação da Bienal!

[após alguns minutos. já à mesa, que, agora, reassumira seu papel. discutindo sobre essa coisa de colocar muros a baixo. entre as empadas de carne e os goles de coca.]

- tu não é fácil mesmo. admiro o fulano ao lidar contigo. tu é um desafio para mim. naquela festa que te apresentaram, por exemplo, aquela mulher de coroa, macacão vermelho... me ignorou completamente, uma elizabeth taylor. mas eu sou teimoso.




15 de março de 2007.
meu aniversário. eu____foria (uma das últimas).
presente: o vander.

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o dito pelo não dito
código da elegância para as mensagens ditas importantes


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quinta-feira, 3 de julho de 2008

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a quatro mãos

"verbo, pronome, os pontos, as vírgulas...
de longe é tudo um conglomerado de risquinhos tentando fazer,
irremediavelmente,
sentido.
e pra quê?"

(suspiro)

para nos riscar na carne.
só.

e ardem.

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BORGES, Natália. BORGES, Priscila. Comentários da Eu____foria I. Caxias do Sul|Porto Alegre. Maio 2008.

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any other name
any given challenge

a road not taken

this is what it felt like
you
a poem
an actual path

legs no longer felt
the ground suddenly
disappaired

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terça-feira, 1 de julho de 2008

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Descolando as letras

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Tem uma coisas que não dão para entender.
E então a sobrancelha congela em vírgula numa fração de segundo.
Como assim?
Essa batida de faz de conta, esse ritmo enjoado que empacota até a poesia do título da música favorita, por exemplo.
Ffffffffffffffffffffffffffff.
Sopra a minha calma.
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Troquei de estação.
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No rádio, a freqüência com nome das areias da infância, de repente, fez sentido.
às vezes sou cruel
às vezes sou bobão
a vida é confusão

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E bebo mais meio litro de água.
Hoje já é o terceiro. Água pura e sem gás, algo que eu nunca gostei.
Goles curtos que.
Acompanham as frases frouxas que não seguro e vão arrebentando nos teclados.
Outra ressaca. Nada passa dessas ondas, you know? - nem aquele "s" do sim ou das seis da tarde de ontem (o hoje em que a minha felicidade era quase palpável).
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Take it slow
things will be just fine
if you and I
just use a little
patiance
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Terceira música.
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Tiro a blusa e o espelho me devolve a marca do toco.
Mais um para a coleção.
Droga!
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Bebe mais água. O corpo não dá conta de reter tanta doçura.
Dilui e expele logo isso daí.
E chega de cristalizar onde não deve.
Eu te acordei para tu dormir, lembra?



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Moinhos de Gastar Gente

Imagem: O Pioneiro


(as lixeiras de Caxias do Sul)